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sábado, 22 de outubro de 2011

ONDE ESTÃO OS PROFISSIONAIS DA VOZ????

 Nos últimos tempos, no Brasil, tem-se ouvido locuções em comerciais de rádio e televisão, bem distantes dos padrões do que se ouvia pouquíssimos anos atrás. Uma das razões, o modismo, começou na Inglaterra, quando criativos resolveram colocar nos comerciais, vozes comuns. Vozes captadas nas ruas, de gente “normal” como se costuma dizer. Claro que isso acabou por chamar a atenção. Afinal não tinha uma voz profissional de um locutor, tentando vender algo ao ouvinte, ao telespectador. Então, acreditaram, a mensagem estaria passando com mais verdade. Era uma opinião, um conselho e não uma tentativa de se “empurrar” algo goela abaixo. Óbvio que algum tempo depois, bem curto aliás, essas vozes não chamavam mais a atenção. A moda já passou por lá. Aqui, bem…aqui demora um pouco para cair a ficha. Como foi citado o mercado britânico (um dos, senão o mais respeitado mercado publicitário do mundo) veja neste link o filme da British Airways e perceba o uso da locução que passa segurança, credibilidade e seriedade. Tudo o que uma empresa aérea precisa transmitir aos seus usuários. Uma voz “normal” teria força para isso?
Outra razão foi a facilitação tecnológica. Câmeras digitais sofisticadas, softwares de edição de imagem e som fantásticos, samplers maravilhosos. Isso tudo, contemplou o aparecimento no mercado de muita gente se acreditando diretor de filmes, músico, fotógrafo e até…locutor. Não é muito difícil de perceber, basta ver ouvir o que está sendo veiculado em nossas emissoras de televisão e rádio.
Agora, quando se quer obter resultados, busca-se a voz profissional. Por que? Porque ela sabe convencer, ela sabe seduzir, ela sabe se tornar íntima, próxima, amiga, amante, companheira.
Por que não se fala normalmente quando se fala com a pessoa amada? Porque não se usa o mesmo timbre e a mesma entonação quando se quer persuadir, convencer alguém?
Porque é necessário conhecer a importância da voz com ritmo, com melodia, o valor da pausa no momento certo. Porque é preciso um tom, um volume, uma segurança, uma força que em uma situação de fato, qualquer pessoa acaba intuitivamente usando, mas em situação simulada só um profissional de voz está preparado para fazer. Senão, todos seriam intérpretes consagrados.

Citando mais um exemplo, confira a matéria da Veja sobre as formas de influência da publicidade no consumidor. É claramente perceptível, pelos resultados, que em ambos os casos “persuasão lógica” e “influência não racional” só é possível atingir o objetivo com a utilização de uma voz profissional.
Para corroborar toda esta observação, a ABP (Associação Brasileira de Propaganda) promove um festival em outubro próximo e divulga com anúncios que falam de “ideias ruins”. E todos levam a mesma assinatura: “Preserve nosso meio”. Os textos fazem uma brincadeirinha simpática mas tem alvo certo. Precisamos melhorar. Precisamos criar melhor e produzir melhor, principalmente.
Como o universo se tornou a web, estamos vivenciando uma nefasta influência das coisas postadas no Youtube, que se tornou referência para muita gente.
O que inspirou este pequeno comentário foi a crônica, “Vozinha”, de Antonio Prata, publicada no caderno Cotidiano da Folha de São Paulo de 21/09/2011. Vale a pena ler.
Edson Mazieiro – Radialista, Publicitário, Profissional de Voz, ex-Presidente e atual Conselheiro do Clube da Voz.
colaboração desta do Locutor  Alexandre Texeira

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